sábado, 8 de fevereiro de 2014

Birras infantis

A Mi nunca foi de fazer birras e por isso, durante algum tempo, nem tive de pensar neste assunto, no entanto a Mg faz birras por tudo e por nada e o F também faz algumas birras e é preciso uma dose imensa de controle para não me passar e não lhes dar logo uma palmada (algo que às vezes pode não dar para evitar... mas só em último recurso). A verdade é que não podemos lidar com cada birra do mesmo modo pois dependem e muito do motivo que esteve na sua origem....
Por exemplo, quando faz birra porque não gosta da comida, geralmente sem sequer a provar, ignoro-a e digo-lhe que só sai da mesa quando acabar de comer. Às vezes condescendo, especialmente quando vejo que já está com soninho, e permito-me negociar, por exemplo só comer 8 garfadas - idade dela - para com isso terminar a birra e acabar de jantar.
Quando a birra é por causa da roupa tornava-se complicado mas decidi fazer um acordo com a Mg e durante a semana visto-a como ela gosta, com calças de ganga, sweat shirts e ténis, pois sei que gosta de andar prática para brincar e estar na escola, mas ao fim-de-semana, em passeios com a família, festas de família ou com amigos dos pais, veste o que eu decido sem discussão. Note-se que para as festinhas de anos dos amigos deixo-a vestir como gosta para se divertir e brincar à vontade!
O pior são as birras sem sentido que a Mg e aqui também o F fazem apenas para conseguirem uma atenção extra, por ciúmes dos irmãos ou porque querem marcar a sua posição ou fazerem o que querem contra a minha vontade.
Nestes casos, se a birra está no início, primeiro ignoro e finjo que não estou a perceber, e depois se ainda assim prosseguem levanto a voz contando até 3 para se acalmarem, tudo para que a birra acabe antes de começar. Quando a birra já está em curso afasto-os do local onde estão.... Se é em casa vão para o seu quarto que nesses casos chamo de castigo por não poderem ver tv ou brincar e digo-lhes para aguardarem que eu vá falar com eles. Se é na rua ou em espaços comerciais pego neles pela mão e afasto-os do local, para uma zona mais íntima. De seguida, se a birra está ainda a ser extravazada com genica agarro-os com força, com um abraço muito apertado contra mim, para que sintam conforto e segurança da minha parte, de modo a que se apercebam que os estou a prender a mim e não os deixo afastar até pararem de esbracejar ou de tentar sair e vou-lhes dando beijinhos na testa e nos olhos. Funciona sempre pois aquele acto de conforto e força ao mesmo tempo acalma-os porque têm a mãe só para eles. Deixo-os ficar assim o tempo necessário até se acalmarem. Quando a birra e o choro estão a terminar começo a falar com eles com voz calma, vamos conversando e só termina o episódio quando pedem desculpa e reconhecem o erro.
No fim, limpo-lhes as lágrimas, dou-lhes beijinhos e faço-os ver que os amo incondicionalmente. Pergunto se valeu a pena a birra, e o que perderam... muitas vezes uma brincadeira, um jantar fora, um passeio... e a resposta é sempre a mesma... não valeu a pena.
Depois voltamos então ao local onde tudo começou e recomeçamos o que estávamos a fazer com calma...
Comigo funciona!

2 comentários:

  1. É verdade, as origens das birras variam. E a chave do sucesso para lidar com elas é sempre manter a calma e ter atitude inteligente. O que nem sempre é fácil. Na famosa fase dos 3 anos a birra parece-me que é quase sempre fruto de descontrolo emocional pelo que a técnica do abraço apertado é boa. Depois disso já é diferente e penso que é ainda mais importante ir ao âmado da questão. O desaparecimento das birras entre os 4-5 anos é um muito bom sintoma...

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  2. É verdade, o problema é que a Mg tem já 8 anos... O F tem 4 e estão a começar a diminuir as birras e mesmo a passar, mas a Mg acho que sofre do síndrome do irmão do meio... As birras dela estavam a diminuir quando o irmão nasceu e piorou... penso que agora vão começar a diminuir pois passei a uma abordagem mais de responsabilização e de lhe dar algum controlo nas suas opções de maneira a que sinta que confio nela...

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