domingo, 10 de maio de 2015

Exames Nacionais....

A Mi vai ter exames nacionais de 6.º ano, Português e Matemática, a 19 e 21 deste mês. Não está nervosa nem ansiosa, mas cansada e desejosa que esta fase termine. A verdade é que não entendo os jovens que decidem estudar que nem loucos nesta fase. Pais que proíbem os filhos nesta fase de brincar, de ver televisão, de conviver, tudo por causa dos exames...
A Mi estudou um pouco o domingo passado e este fim-de-semana e o próximo estudará. Mas o estudo nesta fase é revisão. Ver o que sabe, o que não sabe, as dúvidas que tem. Exercitar o que aprendeu. Treinar o tempo para no dia conseguir gerir o que tem de fazer com o tempo que tem. Não é altura de aprender nada mas sim de relembrar, reforçar, e exercitar o que se aprendeu durante dois anos. O conhecimento tem de estar sedimentado pois se não estiver, não é seguramente em duas ou três semanas que vão aprender um mundo de conceitos e de gramática (em Português) e uma infinidade de exercícios e de raciocínios que se encaixam uns nos outros (Matemática) ...
Não percebo por isso porquê e para quê fechar os jovens em casa nesta fase para estudarem se durante dois anos os jovens foram acumulando lapsos de aprendizagem.
Das duas uma.
Ou aprenderam tudo e agora há ainda arestas a limar, dúvidas a tirar e exercícios a treinar e nesse caso, tal como a Mi faz vale a pena estudar o que aprenderam e fazer uma revisão profunda da matéria.
Ou se não aprenderam antes não vão aprender em duas ou três semanas...
Mas independentemente de tudo isto, a verdade é que não concordo com estes exames. Ou melhor... sou a favor de exames nacionais como forma inclusivamente de verificar as assimetrias na educação e colmatar as mesmas. Acho que são importantes para as crianças pois desde cedo aprendem a conviver com uma pressão que mais cedo ou mais tarde acabará por surgir, mas sou contra o peso excessivo dos exames em termos de nota de alunos e em termos de avaliação de professor. Um excelente aluno pode estar nervoso e correr-lhe mal o exame e verá o esforço de um ano inteiro ser desvalorizado. É certo que precisa descer dois pontos para que lhe baixe a nota atribuída pelo professor da disciplina, mas a verdade é que mesmo assim pode descer...
Lembro-me dos exames de 4.º ano da Mi. Ela era uma excelente aluna. Nota de 5 a Português e Matemática. teve exames a 8 e a 10 de Maio... Cinco semanas depois do avô que a ajudara a criar ter sido internado e menos de duas semanas depois desse mesmo avô (o meu Pai) ter falecido... Como é óbvio, durante essas 5 semanas a Mi pouco me viu, e quando me viu foi a chorar. Não revi nem uma matéria com ela. Não corrigi um único exercício e nem me importei com nada. Nem eu, nem ela... A tristeza era mais forte e falava mais alto... Fez o exame de Português meio anestesiada... sem apoio, triste, e desmotivada... Fez o de Matemática no dia seguinte ao que teria sido o aniversário do avô... O avô conseguiu dar-lhe em sonhos a força que eu não consegui dar... Conseguiu dar-lhe a confiança de que estaria com ela a apoiar no exame de Matemática (era ele que a ajudava a fazer os TPC's de Matemática)...
Teve 3 a Português e 4 a Matemática... excelentes notas no contexto em que fez os exames. Valeu-lhe o amor do avô para o exame de Matemática que de algum modo a conseguiu contactar...
Não desceu as notas porque os exames apenas valiam 25%.Ainda bem pois não merecia descer...
Agora é diferente. Tem o nosso apoio, tem a nossa atenção. Está cansadíssima pois o ano foi de estudo e de dedicação mas ainda sim consegue ter vontade de rever, exercitar o que aprendeu.
Não sei como correrão os exames à Mi, mas torço e peço a Deus que corram bem. Não só pelas notas mas porque ela, tal como todos os miúdos que se esforçam, merecem que lhes corra bem.
Boa sorte a todos....

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