sexta-feira, 11 de abril de 2014

Educar pelo exemplo

Hoje, quando fui buscar as notas da Mg. estava a passar no ecrã um filme sobre educar pelo exemplo, sob o título "Children see. Children do" (As Crianças vêem. As Crianças fazem) e fiquei de facto a pensar nesta grande verdade e no quanto a desvalorizamos no nosso dia a dia sob a desculpa faz o que eu digo e não faças o que eu faço... Não está certo e não os estamos a educar correctamente se os mandamos agir de determinado modo e fazemos exactamente o oposto na nossa vida diária. Como podemos exigir de um filho que não grite se lhe falamos a gritar? Como podemos exigir a um filho que coma a sopa se nós não a comemos? Como podemos castigar um filho por dizer asneiras se as utilizamos no nosso discurso? Como podemos esperar que um filho trate as pessoas com respeito se nós não o fazemos? Estes e outros exemplos da relevância de educar pelo exemplo.
Hoje de manhã, por exemplo, eu pedia à Mg. que vestisse um vestido e ela respondeu-me: porque queres que eu vista um vestido se tu nunca vestes? Não andas sempre de calças como eu? E eu disse-lhe que era porque eu estava mais gorda e os vestidos não me caíam bem, mas a verdade é que a minha resposta foi tola... De facto, se eu gosto tanto de vestidos porque não os visto eu (que tenho dezenas...)...
Decidi que a partir de agora vou ter ainda mais cuidado com o que faço. Sempre me esforcei por ser um bom exemplo para os meninos, quer em termos de vivência, de humildade, de respeito, de trabalho e de luta, mas admito que ainda posso melhorar. Afinal todos podemos, certo?
Nunca digo asneiras. Isso está proibido cá em casa e se está para eles está para mim e para o pai.
Na rua cumprimento as pessoas, digo se faz favor e obrigada e também o digo quando peço algo aos meus filhos, afinal eles merecem todo o meu respeito.
Nunca faço distinções na maneira como trato as pessoas, sejam elas de que estrato social sejam, de que raça sejam, etc. Trato todos com educação e respeito. Esse é o exemplo que quero para os meus filhos.
Nunca utilizo o meu estatuto social para me sobrevalorizar ou ter benefícios que de outro modo teria de aguardar ou até não ter. Saber que todos somos iguais é um princípio básico na minha família.
Tento ser solidária e ajudar o próximo pois assim os meus filhos saberão que também o devem ser e as MM. já me acompanham em tais situações.
Tento não esbanjar dinheiro e chego a fazer contas com os meus filhos de modo a que percebam que a vida não é fácil e que o dinheiro não cai do céu.
Participo activamente na escola deles, seja como representante de encarregados de educação (da turma da Mi), seja como membro da associação de pais, seja como mãe com uma profissão diferente que pode ajudar os jovens. Os meus filhos têm orgulho de mim, sabem que tudo o que faço visa ajudá-los a serem melhores.
Numa das ocasiões em que fui falar a turmas de currículos alternativos sobre o que deviam ou não fazer e como tentarem melhorar, a Mi perguntou-me porque eu fazia aquilo... estava a tirar tempo ao trabalho, aos filhos, ao descanso... E eu respondi-lhe que se ajudasse apenas uma daquelas crianças já teria valido a pena pois a minha obrigação moral é a de ajudar todos os jovens, em especial os que nos estão próximos.
A Mi percebeu que a nossa função social passa muito por ajudarmos quem podemos ajudar e dentro das nossas possibilidades e sei que tem orgulho no que eu faço e isso vale a pena pois aprende que o nosso tempo é tão mais válido quanto ajudamos os outros.
Dou-lhes muito mimo, muito carinho, preocupo-me com os seus problemas e tento saber tudo o que se passa com eles e com os amigos deles... é uma maneira de os acompanhar.
Não sou perfeita, mas tento ser boa mãe e se eles forem adultos responsáveis, bem integrados e com valores pessoais e sociais, isso quererá dizer que valeu a pena e que o meu exemplo passou para eles....
É este o meu papel e o meu objectivo enquanto mãe...

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